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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Refrigerante

Refrigerante é uma bebida não-alcoólica e não fermentada, fabricada industrialmente, à base de água mineral e açúcar, podendo conter edulcorante, extratos ou aroma sintetizado de frutas ou outros vegetais e gás carbônico. Neste grupo, encontra-se também a água tônica. No século XVI, a fabricação e a elaboração dos refrigerantes eram exclusivamente realizadas por farmacêuticos que, devido aos seus conhecimentos de química e medicina, produziam e comercializavam como produtos farmacológicos[1]

Produção[editar | editar código-fonte]


O Brasil é um dos maiores consumidores de refrigerantes do mundo, ao lado dos Estados Unidos, China, Europa e México.[2]

Ingredientes[editar | editar código-fonte]

Os ingredientes que compõem a formulação do refrigerante são: água, concentrados, acidulante, antioxidante, conservante, edulcorante (nas versões de baixas calorias, ou seja light e diet) e dióxido de carbono.[3]
Água
Primeiramente os fabricantes realizam um tratamento próprio e rigoroso da água a ser utilizada no processo, para tanto, são realizadas filtragens ou outras operações para garantir a pureza da água. Esta água deve se enquadrar em alguns padrões estabelecidos como: baixa alcalinidade, controle do excesso de sulfatoscloretosferrocobre e manganês, eliminação de cloro efenóis, além de possuir padrões microbiológicos adequados.[3]
Açúcar
O segundo ingrediente em quantidade com cerca de 11% (m/m), é o açúcar. Este ingrediente confere o sabor adocicado, encorpa o produto, juntamente com o acidulante, fixa e realça o paladar e é fornece energia. A sacarose é o açúcar normalmente usado.[3]
Concentrados
Depois, acrescenta-se um concentrado que dá as características de saborcor e aroma. São compostos por extratos, óleos essenciais e destilados de frutas e vegetais.[3] Bebidas com sabor de frutas, nesta fase podem receber uma quantidade de suco natural.
Acidulantes
Os acidulantes possuem a função de regular a doçura do açúcar, realçar o paladar e baixa o pH da bebida, inibindo a proliferação de micro-organismos. Todos os refrigerantes possuem pH ácido, variando de 2,7 a 3,5 em função da bebida. Na escolha do acidulante , o fator mais importante é a capacidade de realçar o sabor em questão. Os principais acidulantes usados em refrigerantes são o ácido cítrico, o ácido fosfórico e o ácido tartárico.[3]
Antioxidantes
Previnem a influência dos processos oxidativos na bebida. Os aldeídosésteres e outros componentes do sabor são susceptíveis a oxidações pelo oxigênio do ar durante a estocagem, processos que são acelerados pela luz solar e calor. O ácido ascórbico é o mais usado.[3]
Conservantes
Os conservantes inibem o desenvolvimento de micro-organismos acidófilos ou ácido-tolerantes que provocam turbidez e alterações no sabor e odor. Os principais usados em refrigerantes são os ácidos benzoico e sórbico. O ácido benzoico (INS 211) atua praticamente contra todas as espécies de micro-organismos, tem ação em pH 3, além de ser barato e bem tolerado pelo organismo. Como esse ácido é pouco solúvel em água, é utilizado na forma de benzoato de sódio. O teor máximo permitido no Brasil é de 500 mg/100mL de refrigerante (expresso em ácido benzoico).
O ácido sórbico (INS 202) ocorre no fruto da tramazeira (Sorbus aucuparia). É usado como sorbato de potássio e atua mais especificamente sobre bolores e leveduras. Sua ação máxima é em pH 6. O teor máximo permitido é 30 mg/100mL (expresso em ácido sórbico livre).[3]
Edulcorantes
São usados nas bebidas de baixa caloria para conferir sabor doce em substituição à sacarose. Estas bebidas seguem os padrões de identidade e qualidade das bebidas correspondentes, com exceção do teor calórico.[3]
Dióxido de Carbono (gás carbônico)
A carbonatação provê características importantes ao produto como o realce do paladar e a aparência da bebida. Sua ação refrescante está associada à solubilidade dos gases em líquidos, que diminui com o aumento da temperatura. Como o refrigerante é tomado gelado, sua temperatura aumenta do trajeto que vai da boca ao estômago. O aumento da temperatura e o meio ácido estomacal favorecem a eliminação do CO2, e a sensação de frescor resulta da expansão desse gás, que é um processo endotérmico.[3]
Após, os mesmos precisam juntar a água (H2O) e o dióxido de carbono (CO2), em um aparelho chamado carbonizador.[4]
Quando esses dois compostos se misturam há uma reação química em que a água dissolve o CO2, dando origem a uma terceira substância, o ácido carbônico (H2CO3), que possui estado líquido (CO2 + H2O → H2CO3).
Ácido carbônico é um ácido inofensivo e se decompõe em bolhas de Dióxido de carbono, restando somente água, por isso, quando deixamos aberta uma garrafa de refrigerante, com o tempo, ela “fica sem gás”.[4] [5]
Para aumentar a pressão interna e conservar a bebida, o fabricante resfria o refrigerante e insere uma dose extra de CO2 dentro da embalagem no momento do envasamento.

Sabores de refrigerantes[editar | editar código-fonte]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Os sabores de refrigerantes mais conhecidos e consumidos no Brasil são os de colaguaranálaranjalimão e uva.
Segundo a BDO Trevisan, "o mercado nacional de bebidas é representado por 238 empresas em atividade, [...]. Grande parte é de empresas familiares e centenárias, que sobrevivem dentro de suas respectivas regiões, perto da comunidade e contribuem com o desenvolvimento local."[6] Desta forma há o surgimento de sabores exóticos regionais:
A marca Frutty, de Minas Gerais, fabrica um refrigerante sabor de abacaxi.[7] Já no interior de São Paulo há o Guaracatu da empresa Arco Íris, que mistura guaraná comcatuaba.[8] No Mato Grosso, o refrigerante TabaGut de Tutti-Frutti da empresa GutGut.[9]
Na região do Cariri, no Ceará, a empresa São Geraldo fabrica um refrigerante de caju, inspirado na famosa cajuína nordestina.
No estado do Maranhão, é encontrado um refrigerante rosa, o Guaraná Jesus, que possui sabor doce que lembra cravo e canela, agora uma das marcas da The Coca-Cola Company.[7] Em Minas Gerais existe a empresa Del Rey que possui refrigerantes nos sabores Mate e Tangerina.[10]
A empresa Ferráspari de Jundiaí, interior de São Paulo possui um refrigerante de pêssego. A marca Bonanza, por sua vez, fabrica entre vários, os sabores de framboesa, guaraná com açaímaçãmaracujá, frutas tropicais e pomelo.[11]
No Estado do Paraná, há o refrigerante Gengibirra, da empresa Cini, com sabor de gengibre.[12]
Em Santa Catarina, são comuns os refrigerantes de laranjinha, que é uma fruta cítrica um pouco mais ácida em relação à laranja, e de framboesa. Várias marcas disputam o mercado, mas as regionalmente mais famosas são a Thom e a Max Wilhelm, ambas de Blumenau.[13] [14]
Em São Paulo, na cidade de Mogi Guaçu e região, a indústria Mogi também comercializa os refrigerantes sabor abacaxi e maçã.[15]

Valor nutricional[editar | editar código-fonte]

Estudos apresentados na conferência anual da Associação Americana de Diabetes, a ingestão de bebidas diet a longo prazo podem causar aumento de até 70% na circunferência abdominal devido ao acúmulo da gordura visceral no corpo.[16] .
O componente 4-metil-imidazol (4-MI) presente no corante Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígeno foi encontrado em altas concentrações na Coca-Cola comercializada no Brasil, após ser testado pelo Center for Science in the Public Interest (CSPI), de Washington D.C. Os efeitos carcinogênicos do 4-MI em ratos foi comprovado Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos e a IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer) da Organização Mundial da Saúde) incluiu o 4-MI na lista de substâncias possivelmente cancerígenas. O refrigerante vendido no Brasil provou em testes que contém 263 mcg (microgramas) de 4-MI em 350 ml, o que é muito superior a Coca-Cola vendida no Quênia. [17] .
Os governos tem sido orientados pela Organização Mundial de Saúde para proibir propaganda de alimentos com baixo valor nutricional nas escolas, tais como Coca-Cola, Pepsi, e outros refrigerantes.[18]
Tornou-se proibido por Lei no Brasil o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para as escolas comprarem refrigerantes, refrescos artificiais e demais bebidas com baixo teor nutricional para a merenda escolar, de acordo com publicação no Diário Oficial da União de 17 de junho de 2009, estando de acordo com a Resolução no 38, que regulamenta a Lei no 11.947/09.[19] .
O refrigerante contém valor nutricional quase nulo, além de possuir diversas substâncias artificiais em sua composição. Especialmente as variações chamadas de cola apresentam grande quantidade de fosfatos (que se ingeridas em excesso provocam o enfraquecimento dos ossos através da liberação do cálcio), o que facilita a incidência de doenças ósseas, como a osteoporose. Refrigerantes são ainda ricos em açúcar, o que prejudica a boa forma e traz o surgimento de cáries, principalmente nas crianças. As versões diet, que supostamente não contêm glicose podem ainda expor os dentes a ácidos capazes de estragar o esmalte. Vários corantes possuem substâncias cancerígenas. Alem de tudo, o consumo de refrigerantes também reduz significativamente a ingestão de bebidas saudáveis como a água, o leite e os sucos naturais, perdendo nutrientes importantes.[20] .
Além do baixo valor nutricional (geralmente contém apenas carboidratos, corantes e aditivos) o valor calórico dos refrigerantes é elevado, fornecendo cerca de 45 kcal/100ml. Devido ao alto teor de açúcar e gás podem agravar problemas gastrointestinais e contém altos índices de fosfato que comprovadamente desgastam o esmalte dos dentes.[21] .
Em pesquisas realizadas no Brasil, o Instituto PROTESTE encontrou a substância cancerígena, o Benzeno, em diversas marcas. A OMS afirma que não há limite seguro para a ingestão deste componente que está relacionado com a produção de leucemias e linfoma.[22] .

Consumo[editar | editar código-fonte]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde do Brasil, o número de pessoas que está passando a consumir refrigerantes regularmente está aumentando. No ano de 2008, a porcentagem de brasileiros era de 24,6%. A pesquisa realizada no final do ano de 2009 mostrou um aumento para 27,9%.[23] [24]
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR), mostram que o consumo de refrigerantes no Brasil aumentou. No ano de2008, o volume total foi de 14.148.363 milhões de litros e no ano de 2009, passou para 14.339.322 milhões de litros, um aumento de 1,35%.[25]

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Segundo dados da Associação Nacional dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Fruto (ANIRSF), o consumo de refrigerantes está em queda.[26] No ano de 2006, o volume total consumido foi de 838,9 mil litros. Dois anos após, em 2008 o país consumiu 827,8 mil de litros de refrigerantes, uma queda de 1,32% ou 11,1 mil litros de refrigerantes em relação ao ano de 2006.

Legislação[editar | editar código-fonte]

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Brasileira[editar | editar código-fonte]

No Brasil, a indústria de refrigerantes cumpre as normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através do Decreto nº 6.871, de 4 de junho de2009, regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre padronização, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização de bebidas.[27]
Segundo o Capítulo VII, sobre a Padronização das Bebidas, em seu Capítulo 23, ‘’refrigerante é toda bebida gaseificada, obtida pela dissolução, em água potável, de suco ou extrato vegetal de sua origem, adicionada de açúcar’’. Já, o Artigo 25 diz também que ‘’Água tônica de quinino é o refrigerante que contiver, obrigatoriamente, de três a sete miligramas de quinino ou seus sais, expresso em quinino anidro, por cem mililitros de bebida’’.[27]
Em Lei [27] , o refrigerante que possuir no rótulo a inscrição com o sabor de:
  • Cola deverá conter semente de noz de cola ou extrato de noz de cola do gênero Cola Acuminata;
  • Guaraná deverá conter, obrigatoriamente, uma quantidade mínima de dois centésimos de grama de semente de guaraná do gênero Paullinia ou seu equivalente em extrato, por cem mililitros de bebida;
  • Laranjatangerina e uva deverão conter, obrigatoriamente, no mínimo, dez por cento em volume do respectivo suco na sua concentração natural e 0,05% de ureia que é encontrada na urina humana porém em sua versão menos concentrada , o ácido cítrico;
  • Limão deverá conter obrigatoriamente, no mínimo, dois e meio por cento em volume de suco de limão;
  • Maçã deverá conter, no mínimo, cinco por cento em volume em suco de maçã.

Portuguesa[editar | editar código-fonte]

Em Portugal, a indústria de refrigerantes cumpre as normas estabelecidas pelo Decreto Lei nº 288/94, de 14 de novembro, que foi posteriormente regulamentado pela Portaria nº 703/96, de 6 de dezembro.[28]
Segundo a lei, os refrigerantes de sumo ou polme de frutos que possuir no rótulo a inscrição com o sabor de:
  • AnanásMorangoToranjaLimão e frutos ácido deverão conter obrigatoriamente, no mínimo, seis por cento em volume de sumo das respectivas frutas.
  • Laranja deverá conter obrigatoriamente, no mínimo, oito por cento de sumo de laranja.
  • Alperce e Pêssego deverão conter obrigatoriamente, no mínimo, doze por centro de sumo dos respectivos frutos.
  • MaçãPera e Uva deverão conter obrigatoriamente, no mínimo, dezesseis por cento de sumo dos respectivos sumo frutos.
  • outros frutos e miscelânea de frutos deverão conter obrigatoriamente, no mínimo, dez por cento em volume do respectivo sumo.

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