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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

História da Venezuela

O território venezuelano foi um dos primeiros habitados pelo homem na América do Sul, possivelmente há cerca de 15 mil anos. No entanto, não há registros de que as terras que hoje pertencem à Venezuela tenham sido palco de uma grande civilização pré-colombiana, como ocorreu em outros países andinos e da América Central. Antes da chegada dos europeus no século XVI, a região era habitada, em sua maior parte, por tribos que viviam do extrativismo, da caça e da pesca e que não possuíam uma organização social complexa. Os indígenas venezuelanos se concentravam em maior número no litoral marítimo e nas margens dos principais afluentes do Orinoco. No primeiro milênio da era cristã, o litoral do mar do Caribe foi povoado por pacíficos índios aruaques, progressivamente deslocados pelos ferozes caraíbas. Tribos nômades viviam nos llanos, no sistema Parima e na Amazônia.

Independência Da Venezuela[editar | editar código-fonte]

Os movimentos independentistas mais importantes, antes do século XIX, foram a participação local na revolta dos Comuneros da Nova Granada e o de Manuel Gual e José María España, no qual participou toda a sociedade colonial, em 1797. Tampouco teve êxito o desembarque de Francisco de Miranda, com uma pequena expedição de patriotas, organizada nos Estados Unidos e financiada pelaInglaterra, em 1806.
Depois que a Espanha caiu em poder de Napoleão Bonaparte, os criollos (brancos nascidos na colônia) de Caracas iniciaram arevolução venezuelana. Os representantes espanhóis, dentre eles o governador Vicente Emparán, foram destituídos, sendo estabelecida uma junta governativa local, com a finalidade oficial de salvaguardar os direitos do rei espanhol Fernando VIIpreso na França dois anos antes por Napoleão.
Francisco de Miranda na prisão.
O primeiro congresso nomeou um triunvirato composto por Cristóbal MendozaJuan de Escalona e Baltasar Padrón. Unindo-se aos representantes de outras partes do país, a junta governativa declarou a independência em 5 de julho de 1811Francisco de Miranda, que retornara à América chamado por Simón Bolívar, assumiu o comando da nova república.
A reação realista foi favorecida pelo terremoto de 1812, que quase só atingiu Caracas e as povoações rebeldes. Os patriotas foram traídos e derrotados em Puerto Cabello. Miranda, que assinara a capitulação em 25 de julho de 1812 e ia embarcar para o Reino Unido, foi detido por Bolívar e enviado prisioneiro à Espanha, onde morreria em 1816. Bolívar recebeusalvo-conduto para Curaçao.
No início de 1813, a junta revolucionária nomeou Simón Bolívar comandante das forças venezuelanas. Filho de ricos fazendeiroscriollos, era um dos líderes do movimento de independência. Bolívar invadiu a Venezuela, sofrendo diversas derrotas em sua luta contra as forças espanholas. Conquistou Caracas em 1813, mas a forte presença do espanhol José Tomás Rodríguez Boves no comando das tropas realistas acabou com a tentativa. Em 1814, a segunda república foi extinta e os patriotas novamente se exilaram.
Ajudado pelo presidente Pétion, da nova República do Haiti, e por uma legião estrangeira de soldados britânicos e irlandeses, Bolívar reiniciou a luta dois anos depois. Em 1816, Simón Bolívar foi ratificado como presidente da república, graças ao apoio que conseguira do general José Antonio Páezcaudilho dos llaneros.
Na batalha de Boyacá (1819), Bolívar libertou Nova Granada; os exércitos de Nova Granada e da Venezuela se unificaram. Com capital em Bogotá, a República da Grande Colômbia, que reunia Nova Granada e Venezuela, foi proclamada em 17 de dezembro de 1819; pela primeira vez a Espanha viu a Venezuela como um país constituído. Em 1819 foi criado o congresso de Angostura, onde Bolívar apresentou o projeto de uma Constituição baseada nos princípios da liberdade republicana.
Após um armistício assinado em 1820, entre Simón Bolívar e Pablo Morillo, que manteve o domínio espanhol sobre a região de Maracaibo, a incorporação dos habitantes de Maracaibo à causa independentista gerou o reinicio da guerra. Em 24 de junho de 1821, Bolívar derrotou o exército realista na batalha de Carabobo. As últimas forças realistas capitularam emPuerto Cabello, em 9 de outubro de 1823No ano seguinte, Bolívar marchou em direção ao sul para libertar o Peru e, em1825, conseguiu dar fim ao domínio espanhol sobre a Bolívia.
De 15 de fevereiro de 1819 até 17 de dezembro do mesmo ano, Simón Bolívar foi presidente da Venezuela. A partir dessa data, e até 1830, a Venezuela fez parte da república da Grã-Colômbia, da qual Bolívar era também presidente.
Durante a ausência de Bolívar, contudo, irromperam rivalidades regionais na Grande Colômbia, e seu prestígio não foi suficiente para manter o país unido até sua volta. Em 1829, a Venezuela se separou, e o Equador fez o mesmo pouco tempo depois. No ano seguinte, Bolívar morreu perto da cidade colombiana de Santa Marta, sem ter conseguido realizar o sonho de unir a América hispânica.

Oligarquia conservadora[editar | editar código-fonte]

Com a fragmentação da Grande Colômbia, tem início o período da história da Venezuela chamado de Quarta República.[1]
Bolívar havia deixado o general José Antonio Páez como chefe militar civil da Venezuela. Páez logo extrapolou seu poder e deu apoio ao movimento separatista da Grande Colômbia. Em 1831, um congresso constituinte proclamou a independência da Venezuela e elegeu Páez presidente. A Constituição, conservadora, criava um estado centralista, restringia o voto aos proprietários de terras e mantinha a escravidão.
O general dominou a vida política do país até 1848. Governou durante dois períodos constitucionais (1831-1835 e 1839-1844). Posteriormente, instaurou uma ditadura de 18611863. Seu governo representou para a Venezuela uma fase de estabilidade, na qual se reconstruiu a economia, enfraquecida pelos muitos anos de guerra. Prosperaram então as culturas de cacau e café, base do comércio exterior do país.
Em 1840Antonio Leocádio Guzmán fundou o Partido Liberal, cuja base social era a burguesia média progressista das cidades, que reivindicava a extensão do direito ao voto e a abolição da escravatura. Guzmán criou um jornalEl Venezolano, que se converteu em porta-voz das aspirações liberais. A crise econômica que se produziu em meados da década, motivada pela queda dos preços do café e do cacau no mercado internacional, favoreceu o crescimento da oposição aos governos conservadores. O período que se seguiu (1843-1870) foi de caos e violência política, sucedendo uma ditadura, de 1848 a 1858, e a guerra civil, durante os dez anos seguintes.
José Tadeo Monagas governou durante três períodos: de 1847 a1851, de 1855 a 1858 e, já octogenário, voltou ao poder graças à Revolução azul em 1868, embora morresse antes de tomar posse.
Nas eleições presidenciais de 1846, saiu vitorioso o general José Tadeo Monagas, que, embora conservador, buscou o apoio dos liberais contra a maioria conservadora do Congresso. Páez se sublevou, mas foi derrotado e obrigado a exilar-se em 1848.
De 1846 a 1858, alternaram-se na presidência os irmãos José Tadeo e José Gregorio Monagas. Os dois estabeleceram um regime ditatorial e populista que limitava a liberdade de ação do Congresso. As reformas postuladas pelos liberais, em sua maior parte, não saíram do papel: aprovaram-se leis que aboliam a escravidão, estendiam o direito de voto, baniam a pena de morte e limitavam as taxas de juros, que, no entanto, nunca foram implementadas. Em 1857 José Tadeo Monagas tentou impor uma nova Constituição ao país, que estendia o mandato presidencial de quatro para seis anos e eliminava todas as restrições à reeleição. Liberais e conservadores se uniram, porém, contra ele e conseguiram que abandonasse o poder em março do ano seguinte.
O presidente Antonio Guzmán Blanco (1870-1888).
O presidente general Joaquín Crespo.
Inaugurou-se um período de agitação política, com as chamadas guerras federalistas (1858-1863): conservadores centralistas contra liberais federalistas. O general Páez retornou em 1861 e restaurou a hegemonia conservadora por dois anos, mas foi derrotado em 1863 pelas forças federalistas do general Juan Falcón. A Constituição de 1864 incorporou as ideias federalistas, mas o governo de Falcón não foi bem-sucedido.
Em 1868, estalou novamente a guerra civil, da qual saiu vencedora a facção liberal de Antonio Guzmán Blanco. Guzmán Blanco governou o país primeiramente durante 7 anos (1870-1877) e, em seguida, durante 5 anos (1879-1884). Em um terceiro período conhecido como o período da Aclamação, voltou a governar de 1886 a 1888, quando foi deposto. Guzmán Blanco laicizou o Estado e modernizou a economia. Durante seu o mandato obtiveram-se progressos em direção àdemocracia com a realização da primeira eleição (1881) e foram introduzidas algumas reformas econômicas e educacionais progressistas, mas o governo personalista do presidente Guzmán trouxe prejuízos ao país.
De 1888 a 1892, líderes civis tentaram estabelecer governos representativos até que o generalJoaquín Crespo assumiu o poder, governando primeiro durante 2 anos (1884-1886) e à frente da Revolução legalista de 1892 a 1898. Durante os seis anos de seu governo, Crespo teve que enfrentar uma permanente desordem civil. A antiga disputa com o Reino Unidopela definição da fronteira entre a Venezuela e a Guiana britânica se inflamou depois que se descobriu ouro na região em litígio. Um tribunal internacional, reunido por iniciativa dos Estados Unidos, deu parecer favorável ao Reino Unido, em 1899, mas a sentença nunca foi reconhecida pela Venezuela.
O presidente general Cipriano Castro.
Com a morte de Joaquín Crespo, o governo despótico retornou quando o caudilho generalCipriano Castro, do estado de Táchira, ocupou Caracas em 1899 e assumiu a presidência. Durante os 46 anos seguintes, quatro militares de Táchira tomaram sucessivamente o poder. No governo de Castro, o país foi conturbado por revoltas internas e intervenções externas. Em 1908, Castro viajou para a Europa e deixou o general Juan Vicente Gómez interinamente na presidência. Este último governou de fato até sua morte em 1935. Durante esse longo período, além de eventuais substituições por títeres do presidente, houve um presidente constitucional chamado Juan Bautista Pérez, que governou de 1929 a 1931. Gómez governou despoticamente, anulando a oposição e silenciando a imprensa.matheus vinagre foi o 1° general da venezuela.
A descoberta do petróleo antes da Primeira Guerra Mundial fez da Venezuela, já em 1920, o maior exportador mundial do produto. As condições vantajosas oferecidas por J. V. Gómezatraíram as companhias estrangeiras, que passaram a controlar a exploração petrolífera.
presidente Eleazar López Contreras, que governou até1941.
Um pouco mais liberal e progressista foi o general Eleazar López Contreras, que substituiu Gómez e iniciou a era da nova democraciaentre 1935 e 1941. O general Isaías Medina Angarita, que tomou o poder depois de López, restaurou as liberdades civis e tentou criar uma base popular para seu governo. Com o declínio da exploração petrolífera durante a Segunda Guerra Mundial, a renda nacional baixou e Medina modificou os contratos com as companhias estrangeiras de petróleo.

Consolidação da democracia

Em 1945, um grupo de oficiais do Exército, aliado ao Partido de Ação Democrática, depôs Medina. O líder do partido, Rómulo Betancourt, chefiou uma junta civil-militar, que governou por decreto durante 28 meses. A Constituição de 1947 reproduziu as ideias trabalhistas do partido. O romancista Rómulo Gallegos, eleito para a presidência pela Ação Democrática (Acción Democratica), governou apenas nove meses, devido sobretudo às medidas que tomou contra os militares enriquecidos ilicitamente durante a ditadura e à tentativa de aumentar os royalties estatais sobre o petróleo e apressar a reforma agrária. Foi deposto por um golpe de Estado em 1948.
Formou-se então uma junta militar, liderada por Carlos Delgado Chalbaud e Marcos Pérez Jiménez. Oassassinato do primeiro, dois anos mais tarde, deixou livre o caminho para Jiménez, que impôs sobre o país um novo governo pessoal, proibindo toda oposição e não reconhecendo o resultado das eleições de 1952. A época de Pérez Ji

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