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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

                             Livro: Faz Parte do Meu Show


 Pelo título acima, já desconfia de quem se trata, certo? Pois esse livro, apesar de não receber declaradamente o nome do poeta e músico Cazuza, é uma “autobiografia” de sua vida após a morte terrena. Assim como no livro Nosso Lar, em que o médico André Luiz narra sua própria experiência no mundo espiritual, após seu desenlace; este romance “Faz parte do meu show” também é um retrato com detalhes emocionantes da experiência de Cazuza no novo mundo.


O processo de auto-conhecimento, suas dúvidas sobre o “despertar” para vida imortal e a descoberta desse novo mundo estão contadas da forma mais natural, espontânea e irreverente, bem peculiar do poeta exagerado que fora. Talvez seja esse estilo na escrita que “denuncie” o autor do livro, mostrando que ninguém muda seu jeito de ser mesmo depois da morte. Aliás, há sim uma mudança significativa no que diz respeito aos novos princípios e valores de um ser que viveu intensamente sua vida terrena, não poupando sua saúde.

O artista debochado, rebelde, envolvido com mundo de sexo, drogas e muito rock´n´roll dá lugar a um espírito consciente, longe de ser perfeito, mas a procura de sua evolução espiritual, capaz de reconhecer seus erros terrenos e, o mais importante, tentar corrigi-los procurando praticar a caridade e buscando no trabalho o seu caminho para o tal crescimento pessoal. Artista, ele não deixa de ser, tanto que se envolve com espíritos afins, tão famosos quanto ele, para promover shows de arte e música com objetivo de despertar espíritos situados em regiões de sofrimento no mundo astral.

 Uma das passagens mais interessantes do livro é quando ele reconhece o velho guerreiro, Chacrinha, como um grande comunicador e provedor desses shows. É Chacrinha quem convida Cazuza a voltar a trabalhar com música, seu maior talento como artista. Ele passa então a escrever letras, tão bem feitas como as que conhecemos, entretanto, com outro tipo de mensagens, certamente mais impactantes e significantes para os que lá habitam. Para nós, leitores, o fascinante é perceber que a vida lá continua para eles, de certa forma, com os mesmos prazeres saudáveis que cultivamos por aqui. Ao mesmo tempo, música e arte ganham função evangelizadora, servindo de instrumentos do bem-fazer, capaz de atrair e despertar os espíritos ainda sofredores ou ignorantes para conhecimento, a verdade e a luz.

Depois de passar por um momento obscuro, de sofrimento e angústia, o personagem recebe ajuda e reconhece sua fragilidade. O mais bacana é perceber que parte dessa ajuda veio justamente de pessoas que conviveram com ele na Terra, como os amigos mais próximos e a sua mãe, que juntos resolveram criar uma importante obra de caridade conhecida como a Sociedade Viva Cazuza. Indiretamente, o próprio recebeu fluidos positivos que só aceleraram seu processo de recuperação, deixando o período no umbral e passando para o tratamento de socorro em hospitais espirituais. Já consciente de tudo que passou, Cazuza recebe autorização para voltar a Terra, em espírito, para rever parte de seus entes queridos, seus lugares prediletos (como a praia do Arpoador), como também lugares não tão agradáveis que serviram de cenário dos momentos de vícios e exageros da carne, durante sua encarnação. Foi nesse momento, que ele pôde perceber o quanto suas ações terrenas geraram conseqüências degradantes, sofrimentos e doenças que não só atingiram seu corpo, mas principalmente seu perispírito e espírito.

Diferente de Nosso Lar, a leitura desse romance, escrito por Robson Pinheiro e psicografado pelo espírito Ângelo Inácio (que serviu de "intermediário" para esta obra), é bem mais simplificada, mas nem por isso deixa de ser intenso e rico. Ao contrário, para aqueles que não têm leitura de obras espíritas (ou seja, não costuma ler romances já consagrados e clássicos da doutrina), esse é um livro muito bom para começar a entender o “outro lado da vida”. Vale muito a pena ler! E quem sabe no futuro próximo não venha despertar o interesse de algum cineasta para transformá-lo em um longa?

Para finalizar, vale citar as palavras do espírito Ângelo Inácio: "O autor das palavras preferiu não se identificar diretamente; todavia em seus apontamentos, fica a sua marca. Quanto a mim, fui convidado tão-somente a auxliar o intérprete destas experiências com meu jeito escritor e repórter dos dois lados da vida. Sei que este trabalho causará polêmicas, discussões e rebeldia. Afinal, de uma forma ou de outra, todos somos rebeldes, exagerados... aprendizes. Talvez, mesmo, apenas simples aprendizes do grande artista cósmico: Deus. E, como principiantes, ao compor a música de nossas experiências, erramos, gritamos, ou choramos. Exageramos nas atitudes e nos punimos ao realizar o próprio julgamento, no tribunal de nossas consciências. Até o momento em que descobrimos que, com nossa arte, por mais singela, é possível participar da orquestra divina, do show da vida".   

                                                                                                                danielle

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