Afinal a
tecnologia ajuda ou atrapalha??
A facilidade com que podemos acessar o Google ou a Wikipedia nos
dias de hoje, com banda larga e 3G levanta ardorosos debates sobre as vantagens
e as desvantagens de termos tanta facilidade de acesso à informação e se isso é
bom ou ruim.
Eu comprei, no início de minha vida
adulta a Enciclopaedia Britannica, à época a grande fonte de conhecimento
condensado, genérico. Eram 25 volumes ricamente encadernados e que consumiram
parte não desprezível de meu orçamento de recém casado. Era quase o preço de um
fusca… Junto com ela, veio uma réplica da 1ª edição da Britannica, de 200 anos
antes, com 3 volumes.
Uma conta feita em guardanapo de boteco
mostra que a principal enciclopédia mundial cresceu 8 vezes em 200 anos. De
1968 para cá, com a internet, a Wikipedia tomou o lugar da veneranda
enciclopédia, esta aliás produzida em Chicago, e conta, na data em que faço o
comentário, com mais de 2.722.000 artigos escritos sobre os mais variados
temas, com os verbetes comentados e muita coisa em áudio e vídeo. E tudo isso a
um clique do mouse e, mais do que tudo, grátis. E com muitas outras opções de
consultas a outras fontes.
Muitos estudiosos, os acadêmicos em
especial criticam –com razão- a qualidade média das informações assim obtidas
pela internet.
Na internet, porém, também temos acesso
a informações e acervos das principais bibliotecas e dos mais importantes
museus do mundo; podemos conversar e consultar especialistas de todas as
disciplinas de conhecimento humano, às vezes pagando, é certo, mas com um grau
de universalização nunca visto, e crescendo de forma exponencial.
Os jovens, especialmente os nascidos
neste milênio serão, por definição, 100% digitais. Mostrar a eles uma
Britannica de 1980 é o mesmo que mostrar a Pedra de Roseta a um estudante de 30
anos atrás. Fascinante, mas pouco para os dias de hoje.
Creio que o eixo da discussão fica torto
quando tenta definir se a facilidade de acesso e a abundância de informações na
internet é algo bom ou ruim, certo ou errado, se deve ou não ser filtrado.
Não há como coibir o acesso à informação
pela internet. Transformá-la em conhecimento útil é outro departamento, mas o
acesso veio para ficar e cada vez mais será universal.
O que vemos é uma competição cada vez
maior pela oferta de bons conteúdos, mas também uma enorme disponibilização de
lixo e conteúdo malicioso. Ajudar aos internautas na tarefa de filtrar o que
serve e o que é ruim é algo ainda pouco trabalhado, e aqui fica o desafio aos
estudiosos do ramo.
E os mestres, e o conhecimento
estruturado que as universidades e centros de pesquisa disponibilizam? E os
livros de papel? Ora, todos eles cada vez mais serão procurados, por serem mais
acessíveis. Nunca tantos estudaram em cursos formais nem leram tantos livros
como na era da internet…
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